Leo | As Lições de vida de um Lagarto terapeuta

Nova animação da Netflix, “Leo” apresenta lições que podem até soar como clichês. Contudo, a carisma do protagonista proporciona coragem o suficiente para transformar até mesmo os espectadores mais chatos em fãs deste gentil e engraçado réptil. 

Na trama, Leo (Adam Sandler) é um lagarto que mora na mesma sala de aula há 74 anos. Do seu aquário, que divide com uma tartaruga chamada Squirtle (Bill Burr), Leo observa cada novo lote de crianças com uma curiosidade distante. Contudo, quando descobre que está chegando ao fim da vida, o lagarto fica obcecado em aproveitar ao máximo aquele que certamente será seu último ano.

Ao longo do ano letivo, cada aluno tem a chance de levar Leo para passar um fim de semana em sua casa. Para o lagarto, é uma oportunidade de escapar e viver plenamente. No entanto, ao revelar sua capacidade de falar, Leo conquista a confiança de cada criança, convencendo-as de que são especiais e resultando em verdadeiras amizades, onde ele atua como um confidente e um terapeuta.

A mensagem do filme é oportuna para uma geração que se encontra refém das ansiedades dos seus pais e que herdará um mundo de problemas. Leo incentiva os adultos a se desapegarem e lembra às crianças que crescer não precisa ser tão assustador. Quanto mais conselhos Leo dá às crianças, mais propósito ele encontra em sua própria vida. Ele canaliza suas preocupações sobre a morte para ajudar esses alunos – que não se sentem vistos e ouvidos por seus pais – a viver.

A única parte realmente ruim de “Leo” são as suas músicas. A maior parte é genérica, sem entusiasmo de fato. São tantas canções que, na maioria das vezes, você vai querer apenas pular para frente. Por outro lado, a comédia é o grande destaque, proporcionando muitas risadas. Acredite, a interação entre Leo e Squirtle, principalmente no começo do filme, fará você gargalhar. 

No todo, “Leo” é um filme com muito coração. Quanto mais conselhos o pequeno lagarto dá, mais óbvio se torna que os novos alunos da quinta série estão passando por dores do crescimento. Todos eles se preocupam com o futuro e com o fato de não serem normais o suficiente. Todos eles têm perguntas que têm vergonha de fazer e medos que os mantêm acordados à noite. É através das conversas com Leo que eles percebem que não estão sozinhos.

Nota: 8/10